domingo, 6 de fevereiro de 2011

O que é ser um Jovem Presbiteriano?

Algum espertinho pode dizer que ser jovem e presbiteriano é uma contradição. E ele buscará no grego o argumento, dizendo que a origem da palavra presbiteriano significa, justamente, “mais velho”. Assim, ao pé da letra, ele dirá que um jovem presbiteriano é um jovem e ao mesmo tempo, mais velho. Claro que esse espertinho não é presbiteriano. Não porque ele não goste da igreja, mas porque faz mau uso do grego…

Assim como a palavra senador também significa “o mais velho”, em latim, é equivocado pensar que as duas palavras queiram se referir à idade, nestas circunstâncias. Tanto senador, no latim, quanto presbítero, no grego coinê, querem dizer outra coisa.

É claro que ser jovem presbiteriano quer dizer ser um jovem, cristão evangélico, que tem as Escrituras como única regra de fé e prática e Jesus Cristo como o único caminho. Mas ser jovem presbiteriano representa mais para o mundo.

Ser um jovem presbiteriano é montar em ombros gigantescos de grandes homens de Deus na história, como John Knox, que transformou a Escócia; os 4 escoceses, que transformaram a Assembléia de Westminster; os puritanos na América, que construíram uma nação para a Glória de Deus; do jovem Simonton, que aos 26 anos, deixou o seu país, legando-nos uma igreja, e abrindo as portas para a Universidade Mackenzie, um seminário, e muitos outros frutos. Ser um jovem presbiteriano é ser precedido de um passado glorioso de homens e mulheres apaixonadas por Deus, e que lutaram e morreram pela pureza da doutrina, transformando assim a sociedade em que viveram. O jovem presbiteriano está no meio, entre um passado de reforma e reavivamento espiritual, e um mundo que precisa ser restaurado e levado a Cristo. Porque ser um jovem presbiteriano é fazer jus ao significado da palavra presbiteriano, porque ser presbiteriano significa liderança, ser um líder, mas não qualquer líder, que aparece do nada, cheio de energia e carisma e atrai multidões; não aquele líder entusiasmado consigo mesmo; mas um líder maduro, que carrega uma experiência de séculos de história, de estudo fiel da Palavra e luta pela justiça.

Ser um jovem presbiteriano é ser um líder em sua geração. Conhecedor profundo da Palavra, não só um decorador de versículos bíblicos, mas que faz de toda a Palavra doutrina, isto é, tornar a Palavra relevante e transformadora para sua vida e para o mundo.

O jovem presbiteriano é um líder e lutador por sua Igreja Presbiteriana local, não fazendo dela uma lanchonete fast food, buscando a que venha se enquadrar aos seus gostos, mas reconhece que toda a igreja local é imperfeita e que nós somos chamados para torná-la pura, com uma vida santa e com boas obras, porque nós somos a Igreja de Cristo, e por isso nós somos a Igreja Presbiteriana, órgão na qual Deus nos colocou para servi-Lo.

É por isso que o jovem presbiteriano faz a IPB ser como o Benjamim Button, do filme estrelado por Brad Pitt. Benjamim Button é um homem que nasceu com uma doença curiosa. Ele nasceu velho, com aparência de velho, e doenças de velho. Aqueles que olhavam, logo pensavam, esse cara não terá mais muitos anos de vida; porém, conforme o tempo passa, ao contrário das expectativas, este homem vai rejuvenescendo, de modo que, lá pelos 60/70 anos, ele tem a aparência e a força de um jovem de 18.

O jovem presbiteriano rejuvenesce a igreja, fazendo dela uma igreja experiente, madura, sábia, forte e jovem.

Onde precisamos mudar.

Jovens secularizados

Algumas vezes somos acusados de sermos secularizados; algumas vezes a acusação é injusta, outras não. Não é difícil provar. É só dizer que não é difícil encontrarmos jovens que tem uma vida sexual ativa antes do casamento e ainda assim se consideram presbiterianos; jovens que fumam, se embriagam, e até usam drogas e ainda assim se consideram presbiterianos; jovens cuja única leitura, música, ou cuja audiência na TV e na internet são exclusivamente para material que não edifica, e batem no peito orgulhosos de serem presbiterianos. Mas podemos ir mais longe. Em uma roda de cristãos variados, será raro o jovem presbiteriano conhecido como o jovem de oração, o jovem piedoso. Podemos ser conhecidos pela teologia, pela pregação, mas não pela vida piedosa.

Você não precisa sair da igreja presbiteriana para ser um jovem cheio do Espírito Santo. Precisamos deixar a vergonha de nos identificarmos com outros irmãos na fé e cairmos de joelhos como jovens que só buscam a Deus, buscando-o em oração, jejum e uma vida devocional consistente. Temos que parar de nos orgulharmos e queremos ser “crentes intelectualizados’ para buscarmos ser crentes cheios do Espírito de Deus, com uma Palavra que edifica, e vida de quem passa horas envergonhado por seus pecados diante de Deus.

Jovens que não evangelizam

Precisamos avançar na ideia de que a evangelização é um evento na igreja, e encarar a vida de evangelização como um todo. Precisamos ser jovens que, mais do que “obedecem a Deus no cumprimento da missão”, mas amam a Deus de todo o coração, e têm compaixão de outros seres humanos, feitos à imagem de Deus.

Dizem que a nossa teologia não ajuda. O que não deveria ser verdade. Temos que colocar de lado a ideia de que teologia e missão são coisas separadas, mas, ao contrário, fazer da nossa teologia o fogo que queima os nossos corações para a evangelização, um fogo poderoso de Deus, que não nos consome, mas que gera vida em nós e no mundo, tal como na sarça de Moisés, que estampamos em nossa bandeira.

André Filipe, Aefe!, o autor passou a infância em um seminário presbiteriano, a adolescência sendo filho de pastor presbiteriano e liderando sociedades internas, a juventude numa Universidade Presbiteriana, morando com filhos de pastor presbiteriano. Atualmente, estuda em um seminário presbiteriano, casado com a amável Sara, filho de pastor presbiteriano, e seu filho será filho de missionário presbiteriano. Se a graça de Deus permitir, ainda plantará muitas igrejas presbiterianas ao redor do mundo e promete que seu primeiro cachorro se chamará Calvino.

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